quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

Por William de Assis

Uma das mais importantes instituições culturais do país, o MAM guarda em sua história grandes momentos do cenário da vanguarda artística brasileira. Conheça um pouco mais do local que fica no Aterro do Flamengo e que oferece uma valiosa opção de lazer para os cariocas.



Sediado no Parque do Flamengo e próximo do Aeroporto Santos Dumont, o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro é um marco da arquitetura moderna brasileira. Obra do arquiteto Affonso Reidy, tem como tendência o estilo racionalista, que se caracteriza por suas estruturas vazadas e integradas com o entorno. Sua fundação se deu por conta da iniciativa de um grupo de empresários que, sem fins lucrativos, visou sempre a busca pela excelência em traduzir a cultura do Brasil, levando-a para o público.

Tendo como pano de fundo a estrutura econômica e cultural do Brasil no segundo pós-guerra, o grupo fez com que fossem observadas a variedade e a pluralidade de nossa terra, fato atrelado ao valioso patrimônio intelectual promovido pelas correntes artísticas modernas. Memorial de importantes coleções de arte moderna, o espaço perdeu grande parte delas em um incêndio, no ano de 1978. O número atual do acervo completo gira em torno de 11 mil peças, com grande contribuição de Gilberto chateaubriand.

História

Contexto histórico


A década de 1940 reservou ao Brasil uma maior participação dos empresários e de diversos segmentos da iniciativa privada nas questões culturais. Foi investido muito em estruturas físicas e aparelhagens que pudessem de fato proporcionar uma maior interação da sociedade com seus costumes, especialmente ao se tratar do movimento modernista brasileiro, que era o grande chamariz para a fomentação deste ramo. Tudo isso era possibilitado pelo forte crescimento econômico pelo o qual o país passava, graças ao processo de industrialização.

No estado vizinho de São Paulo, os empresários Assis Chateaubriand e Pietro Maria Bardi criaram uma modalidade na qual o financiamento de obras de grande importância artística por parte de instituições privadas passou a ser possível. Com a decadência do mercado internacional de arte e vendo um panorama não muito animador para a área, os dois decidiram fazer algo para que isso pudesse ser revertido, fundando, em 1947, o MASP (Museu de Arte de São Paulo), constituindo assim o primeiro museu do país voltado para funcionar como um centro cultural.



Ainda nesta perspectiva, Ciccillo Matarazzo ergueu também um espaço inédito, este dedicado aos mais recentes trabalhos artísticos realizados no Brasil, o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), com influências do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Um dos principais objetivos deste novo espaço era poder levar uma nova experiência prática e didática aos amantes da arte.

Os anos que se sucederam ao final da segunda guerra mundial tiveram bastante significação no que diz respeito ao crescimento das coleções pessoais, de natureza privada. Assim foram formados excelentes acervos de arte, tais como os das irmãs Ema e Eva Klabin e o do empresário Castro Maya, que fazia semelhante trabalho de Assis Chateubriand, só que no Rio de Janeiro. Por conta disto, surgiu a Sociedade dos Cem Bibliófilos do Brasil. Foi Maya o responsável pela fundação, em 1948, do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

Início



O caráter civil do museu só foi alcançado em 1951. No ano seguinte, sua sede foi provisoriamente passada para o Palácio da Cultura. Quase no final do ano de 1952, os vereadores do Rio de Janeiro decidiram por aprovarem a proposta de doação de um vasto terreno para que o Museu pudesse ter um espaço fixo. Os trâmites, no entanto, retardaram durantes seis anos a construção do Bloco Escola, que foi levantando em 1958. Já o edifício principal, o Bloco de Exposições, só viria a ganhar vida em 1963.

A década de 1960 foi rica em experiências voltadas para a vanguarda artística brasileira, tendo visto os processos gerados de correntes que se seguiram desde os Novos Realistas até aos Neoconcretos. Alguns marcos e atividades artísticas se deram no museu, como por exemplo as mostras Opinião 65, Opinião 66, Nova Objetividade (1967) e o Salão da Bússola (1969). Um dos movimentos que se formaram com o MAM foi o Movimento Tropicalista, de Hélio Oiticica, evidenciado em sua obra Tropicália.

Das cinzas ao renascimento do Museu



Um grande infortúnio se sucedeu em 1978, quando um cigarro originou um incêndio de grandes proporções no museu, destruindo quase que completamente todo o acervo até ali existente. Obras de Salvador Dali, Ivan Serpa, Picasso, Miró, entre tantos outros artistas, foram perdidas com a tragédia. Um intenso trabalho de restauração do edifício foi planejado, fazendo com que o mesmo voltasse ao cenário cultural carioca em 1982.

Nos anos de 1993 até 2002, o MAM recebeu grande número de doações, novamente de particulares, a fim de criar um novo acervo e apresentar novas coleções. Nesta nova iniciativa, cerca de 4.000 foram recebidas, estando entre elas trabalhos de Cândido Portinari, Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti, além de tantos outros.

Missão e atrações do museu



O MAM mantém sua função de expositor das mais influentes obras de arte contemporâneas, sendo elas nacionais ou estrangeiras. A constante atualização dos modelos teóricos de interpretação das artes também é uma preocupação vigente no espaço, de forma a exibir e, assim, resguardar todas as coleções que por ele passam. As discussões e pesquisas ganham lugar ímpar o projeto de levar ao povo brasileiro um pouco mais das características e identidades culturais que compõem nossa pátria.

A instituição conta ainda com uma biblioteca, café, livraria, espaço para shows, o restaurante Laguiole e uma enorme cinemateca.

Localização

O Museu de Arte Moderna fica na Avenida Infante Dom Henrique, 85, no Parque do Flamengo. 

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