quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Atrações turísticas do Rio de Janeiro: Jardim Botânico

Por William de Assis

Em meio ao caos da cidade maravilhosa os cariocas podem aproveitar um belo espaço da natureza: O Jardim Botânico. Responsável por inúmeras pesquisas e iniciativas no ramo da Botânica, a área também serve como um belíssimo local para lazer. Conheça um pouco mais deste belo cenário em uma agradável leitura no nosso blog.



Localizado no bairro que leva o mesmo nome, o Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro abriga uma das mais ricas e diversas espécies da flora brasileira, com cerca de 6.500 exemplares catalogados, dentro de um parque com 54 hectares divididos ao ar livre e em estufas. Conta ainda com inúmeros monumentos históricos e artísticos, além de um vasto acervo na biblioteca mais completa do país em Botânica.

História

Surgimento: do período colonial até à Independência

A criação do Jardim Botânico se deu no momento em que a corte portuguesa se transferiu para o Brasil, entre os anos de 1808 e 1821. Por conta das melhorias que o Rio de Janeiro recebeu desde o ano de 1763, quando se transformou na sede do Estado Brasileiro, a cidade passou a ganhar grandes e novas paisagens urbanísticas. Foi nesse contexto que, Dom João, naquele momento Príncipe-Regente, em 1808, decretou a posse do engenho e das terras pertencentes à Lagoa Rodrigo de Freitas, para a construção do chamado Jardim de Aclimação, que iria dar vida as plantas de especiarias vindas das Índias Orientais. Ainda no mesmo ano o jardim passou a se chamar Real Horto.

A primeira direção da instituição ficou nas mãos do general Carlos Napion, no ano de 1808, que, no mesmo ano, repassou seu cargo para o brigadeiro João Gomes, o marquês de Sabará, que ficou a frente das atividades até 1819. As primeiras aquisições do jardim vieram de plantas da Ilha Maurício, bem como mudas e plantas do Oriente. Muitos foram os esforços para fazer com que o espaço pudesse ser aumentado, tendo como uma das medidas a vinda de 300 chineses para trabalharem aqui, a mando do Príncipe Regente.

No ano de 1819 o Jardim Botânico foi incorporado administrativamente ao Museu Real, criado um ano antes. Em fevereiro de 1822, meses antes da Independência, a instituição que era regida pelo Ministério dos Negócios de Guerra, passou a ser subordinada do Ministério dos Negócios do Reino.

Império


Ao ser feita a Independência, o jardim passou a ser aberto para a população e teve seu nome mudado para Real Jardim Botânico e Imperial Jardim Botânico. A mudança também ocorreu na gestão: quem dirigia agora era o frei carmelita Leandro do Santíssimo Sacramento, que ficou na função por cinco anos. Foi dele a iniciativa de organizar catálogos das plantas existentes ali, orientando a criação e o cultivo de outras espécies. Por ter sido um grande estudioso da flora brasileira, tem em sua homenagem um busto e dá nome ao lago principal.


O ano de 1825 marca o fim da produção de pólvora e material bélico no jardim, uma vez que o mesmo, após bom tempo servindo os interesses de guerra, passou a ficar exclusivamente com a missão de ser um recanto botânico. Em 1838 foi criada a Escola de Agricultura, teórica e prática, muito embora não tenha tido prestígio à época. Para maior produção de seda no país, foi intensificado o plantio de amoreiras, que eram a base alimentar do bicho-da-seda. O jardim ganhou as primeiras mudas de palmeiras-imperiais em 1842, que hoje somam cerca de 140 exemplares numa extensão de 740 metros.

Na segunda metade do século XIX o Jardim Botânico foi retirado das ordens do Ministério do Império e passou para os comandos do recém-criado Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Em 1869 era divulgado o primeiro exemplar da ''Revista Agrícola do Imperial Instituto Fluminense da Agricultura'', que deixou de circular com a queda do Império, em 1889.



Rumos tomados desde a Proclamação da República até os atuais dias

Com a proclamação, o local foi denominado de Jardim Botânico, recebendo ilustres personagens daquele momento, tais como Albert Einstein (em 1925) e a rainha Isabel II do Reino Unido (em 1968). Por conta desta notoriedade e importância alcançadas o jardim virou um dos mais visitados cartões-postais do Rio de Janeiro. Em 1937 foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

No início da década de 90 do século passado a UNESCO elevou a localidade à Reserva da Biosfera. Mesmo com esta concessão, o jardim estava passando por um momento difícil quanto à sua manutenção e conservação, fato contornado pela união de empresas públicas e órgãos privados, que decidiram colaborar financeiramente com os custeios da área.

Em 1992 o orquidário e a estufa de violetas foram reconstruídos, bem como feita uma limpeza no lago. Três anos depois o parque passou a contar com um sistema sensorial , que visava a inserção de deficientes no local. Em 1998 passou a ter o nome que carrega até hoje, o de Instituto de Pesquisas Jardim Botânico, e passou a ter suas funções ligadas ao Ministério do Meio Ambiente. Em 2002 passou a ser uma autarquia federal.

Visitação

Muitas são as atrações presentes dentro do Jardim Botânico. Listamos aqui os que mais se destacam e que são os mais procurados pelos visitantes. Acompanhe:

Centro de Visitantes

Aqui ocorre uma série de exposições de arte durante todo o ano. Também serve de local para informações sobre o jardim, com pessoas especializadas em vários idiomas. É nele que o visitante pode solicitar uma visita guiada pela propriedade.

Aléia Barbosa Rodrigues

A aléia principal do jardim leva este nome como homenagem ao naturalista João Barbosa Rodrigues, que foi diretor da instituição entre 1890 e 1909. É formada pelas imponentes e belas palmeiras-imperiais. A primeira destas mudas que chegou em solo brasileiro foi plantada por Dom João, no ano de 1809. O tronco original acabou sofrendo com um raio e hoje, preservado, pode ser visto no Museu Botânico. É presente também o busto de Dom João VI.

Aléia Custódio Serrão

Tem esse nome em homenagem ao segundo diretor da instituição, o frei Custódio Serrão. Apresenta exemplares de abricó-de-macaco, espécie original da Amazônia, e também exemplares de sumaúma, uma das maiores árvores do mundo. Por esse motivo esta aléia ganha grande destaque no jardim.

Aléia Pedro Gordilho

Dá homenagem a Pedro Gordilho Pais Leme, que antecedeu Barbosa Rodrigues no comando do jardim. Aqui os destaques ficam por conta do pau-brasil e pelas cascatas.

Chafariz Central

É o marco central de todas as aléias, uma das mais belas paisagens do jardim. Foi feito na Inglaterra e é formado por duas bacias, que tem na maior delas quatro figuras representando a música, a poesia, a ciência e a arte. Inicialmente tinha sido posto na Lapa, e por conta das obras de reurbanização do Passeio Público, foi levado para o jardim.

Solar da Imperatriz

Local onde existia uma senzala na época da colônia. Foi construído junto com o primeiro engenho de açúcar da então capitania do Rio de Janeiro, em 1575. Reza a tradição local que os escravos, com a intenção de não deixarem seus senhores dormirem durante a noite, uivavam e gritavam , também para protestarem contra as condições ruins do local.

Caminho da Mata Atlântica


Antes conhecido como ''Caminho do Boi'', esta pequena rota é um caminho aberto dentro da Mata Atlântica. Começa em uma catarata e termina no ''Aqueduto da Levada ''.

Lago Frei Leandro

Leva o nome por conta do primeiro diretor do Jardim Botânico, frei Leandro do Santíssimo Sacramento. Tem belas vitórias-régias e ninféias ao redor do espelho d'água, além de estátua da deusa Tétis, em ferro.

Orquidário e Bromeliário

O orquidário foi construído no final do século XIX, abrigando mais de 700 espécies de orquídeas e um conjunto de dois mil vasos com uma das mais belas coleções do jardim.

O Bromeliário é o maior do Rio de Janeiro, com mais de 1.700 exemplares de bromélias coletadas nas Américas do Sul e Central, com exemplares da Amazônia e Mata Atlântica.


Jardim Sensorial

Foi feito especialmente para os deficientes visuais. Conta com a armação das plantas de forma que os visitantes possam tocá-las e sentir seus aromas. As informações das plantas estão escritas em placas em braile.

Jardim Japonês

Idealizado em 1935, com a doação de 65 espécies de plantas naturais do Japão, feita pela Missão Econômica Japonesa em visita ao Brasil. Tem exemplares de bonsais, bambus, cerejeiras, e salgueiros-chorões. Os lagos do local são habitados por carpas e com flores de lótus.



Arboreto

O Arboreto tem cerca de 9 mil espécimes vegetais de ecossistemas brasileiros e de outros países. Fica em uma área de 57 hectares de Mata Atlântica, englobando 197 canteiros de coleções de plantas, quatro lagos com vitórias-régias, cerca de 1.500 espécies dentro de estufas do Orquidário, Bromeliário e outros locais. Apresenta jardins temáticos.

Números do Jardim Botânico

- 330 mil plantas desidratadas
- Carpoteca com 5.800 frutos secos
- Xiloteca com 8.000 amostras de madeira
- Biblioteca com 66 mil volumes e 3 mil obras raras.


O Jardim Botânico fica no bairro e rua de mesmo nome, no número 1008.

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