quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Cidades Turísticas do Rio de Janeiro: Paraty (parte 1)



Por William de Assis

Paraty encanta seus turistas com a rica história de seus casarios, suas igrejas seculares, seus monumentos históricos e toda beleza natural que apresenta em seu litoral, localizado na Costa Verde. Saiba mais no nosso blog tudo o que de melhor essa bela cidade tem a oferecer para seus visitantes.





A cidade de Paraty é considerada o maior e mais completo monumento existente no Estado do Rio de Janeiro no que diz respeito ao período colonial do nosso país. Histórica, ainda carrega todo o charme e o romantismo presentes desde sua fundação, há quase 350 atrás. Toda a sua extensão urbana é cercada por calçadas do tipo ''pé-de-moleque'', que completam o cenário com casarões e sobrados dos séculos passados.

Distante 258 km da capital carioca, tem uma generosa contribuição da Natureza em sua formação, como o Parque Nacional da Bocaína, a Praia do Cachadaço, onde se encontra a Pedra do Índio e a Reserva Ecológica da Joatinga, entre outros. Se separou de Angra dos Reis em 1667, após muitas revoltas populares pela sua emancipação. Sua importância histórica se mede, entre tantos outros aspectos, pelo seu papel como o maior porto exportador de ouro do Brasil entre 1530 e 1815.

Por estar quase no mesmo nível que o mar, o município foi projetado para suportar o fluxo das marés, que muitas vezes inundam as ruas. As praias, ilhas e cachoeiras também são destaque na cidade que oferece uma variedade enorme de atrações para quem a visita. Quem gosta de uma boa cachaça não pode deixar de passar pelas fazendas produtoras da bebida, que ainda dão como acompanhamento uma excelente comida feita em fogão à lenha.




História

Início

A história de Paraty começa um pouco antes do descobrimento do Brasil. Antes de Cabral e sua esquadra aqui desembarcarem, já viviam no local os indígenas Guaianás. Sua fundação oficial data de 28 de fevereiro de 1667.

Logo nos primeiros anos do século XVI os portugueses passaram a conhecer melhor Paraty, muito através das trilhas inúmeras abertas pelos indígenas, trilhas estas que tinham como objetivo ligar as praias de Paraty ao Vale do Paraíba. Neste contexto se insere o primeiro registro escrito sobre o território, feito por Hans Staden, em seu livro '' História verdadeira e descrição de um país de selvagens'', que narrava o tempo que por aqui o mercenário alemão passou.

Algumas dúvidas pairam no ar sobre a data exata das primeiras descrições de Paraty. Uma corrente defende que isto ocorreu na primeira metade do século acima citado, quando da passagem da expedição de Martim Afonso de Souza; outros, no entanto, dizem que as primeiras notícias surgiram após a expedição de Martim Correia de Sá por ali ter passado, em 1597.

O povoamento teve seu começo no morro próximo ao Rio Perequê-Açu. A primeira construção é creditada a uma capela, em homenagem a São Roque, então padroeiro da povoação. No ano de 1636, com a doação de uma sesmaria por Maria Jácome de Melo, foi construída a capela de Nossa Senhora dos Remédios. Essa sesmaria tinha como objetivo criar um espaço onde os brancos pudessem viver sem entrarem em confronto com os nativos. Hoje corresponde ao Centro Histórico da cidade.


De povoado à Vila


Eclodiu no povoado uma série de revoltas e rebeliões em 1654, devido ao desejo dos moradores em conseguir a separação de Angra dos Reis, o que de fato ocorreu seis anos depois. Liderados por Domingos de Abreu, os habitantes fizeram com que Paraty fosse elevada à categoria de vila. Toda essa luta teve o reconhecimento de Afonso VI de Portugal, que ratificou a mudança de status em Carta Régia no ano de 1667, denominando o local de ''Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty''.

Ouro e Estrada Real


Paraty entrou definitivamente no cenário nacional com a descoberta do ouro nas Minas Gerais. Com o despacho feito pelo governador da capitania do Rio de Janeiro, em 1702, ficou decretado que, quaisquer produtos que ingressassem na colônia pela cidade e que fossem para a capitania mineira deveriam, sem exceção, passar por Paraty. Foi então que se passou a utilizar o Caminho do Ouro, estrada feita pelos indígenas.

Mas nem tudo estava contribuindo para a prosperidade da nova vila. Em 1710 o transporte de ouro foi proibido, o que fez com que surgissem novas revoltas por parte dos moradores. Atrelado à esta situação, a abertura do Caminho Novo (que ligava diretamente o Rio de Janeiro com Minas Gerais) fez com que muitas pessoas deixassem de passar por Paraty, diminuindo o volume de renda que por ali era gerado e por ali ficava.

Como medidas para contornar este problema, começaram o cultivo da cana-de-açúcar e a produção de cachaça na região, isto a partir do século XVII. No século seguinte o número de engenhos já atingia a marca de 250. O crescimento da atividade fez com que o termo ''Parati'' passasse a significar também cachaça, e tal produção persiste até os dias atuais.

Os anos 1800 e o ciclo do café



No século XIX a cidade passou a ser ponto de recebimento de escravos, uma vez proibido o tráfico dos mesmos, decisão esta tomada pelo então regente Padre Feijó. Os caminhos do ouro passaram agora a servir para o deslocamento dos negros e para o escoamento da produção cafeeira do Vale do Paraíba.

Foi no Segundo Reinado, com o Decreto-lei de 1844, do Imperador Pedro II, que a vila passou a finalmente ser uma cidade. 20 anos depois seria construída a ferrovia Barra do Piraí, o que fez com que todo o café deixasse de passar por Paraty. Antes descreditada pela substituição do comércio de ouro, que saiu de lá para uma outra estrada, a cidade agora passaria novamente por mais um período difícil em sua história, sendo condenada a um grande tempo de decadência financeira.


Turismo


A cidade ganhou atenção novamente só no ano de 1954, quando todo o seu valor histórico e cultural passou a ser visto com mais cuidado e carinho e com a reabertura da estrada que a ligava a São Paulo. Desta maneira, o município virou um grande pólo de atração turística e teve todo o seu patrimônio tombado pleo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1958. Já em 1973, o contingente de pessoas aumentou ainda mais no local , visto a construção da Rio-Santos.

Paraty passou a abrigar também, a partir de 1980, índios vindos do sul do país, os Guaranis embiás, que ficaram nas atuais aldeias de Araponga e Paratimirim. Com todas essas características, a cidade é o segundo pólo turístico do estado do Rio de Janeiro e o 17º do país. Evento de grande repercussão foi a passagem da tocha dos Jogos Pan-Americanos de 2007 no município.

A seguir listamos alguns pontos de visitação, paradas obrigatórias para quem deseja conhecer um pouco mais da história de Paraty:



Chafariz do Pedreira
- Sobrado dos Bonecos e Passos da Paixão
- Antiga Cadeia Pública
- Igreja Santa Rita de Cássia
- Rua do Fogo
- Mercado do Peixe
- Igreja Nossa Senhora das Dores
- Praça do Imperador
- Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Remédios
- Forte Defensor Perpétuo e Casa da Pólvora
- Engenhão da Muricana
- Igreja de Santa Cruz das Almas
- Engenho da Boa Vista
- Engenho do Bom Retiro
































Nenhum comentário:

Postar um comentário