Atrações turísticas do Rio de Janeiro: Quinta da Boa Vista

Por William de Assis

Residência da Família Imperial no século XIX, a Quinta da Boa Vista se constitui como um notório parque público no Rio de Janeiro. Com o Museu Nacional, o Museu da Fauna e o Jardim Zoológico, o espaço oferece variadas opções de lazer para seus visitantes. Conheça um pouco mais sobre o local  de destaque no cenário histórico nacional aqui, no blog da Work Out Eventos.

Quando perguntado ao cidadão carioca um bom local para se passar o fim-de-semana descansando e aproveitando com a família, em um ambiente gratuito e ao ar livre, umas das primeiras respostas é sem dúvida a Quinta da Boa Vista. O parque é um grande atrativo da cidade e possibilita uma maior interação não só como a Natureza, como também com alguns dos principais capítulos da história do Brasil.

Entre estes capítulos estão a transferência da Corte Portuguesa  para o Brasil, no período de 1808 à 1822, e o uso do casario como moradia da Família Real Portuguesa, onde se situava o Paço da Imperial Quinta da Boa Vista. O palácio que serviu de habitação para a Corte lusitana foi construído em estilo neoclássico, numa área total de 155 mil metros quadrados, de inúmeros jardins e fartas espécies da flora brasileira.

A seguir contamos um pouco mais sobre tudo isto e mais alguns detalhes, que fazem da Quinta um lugar especial no coração do Rio de Janeiro, cercado pelo verde e pelo passado histórico da nossa cidade.

História

Primórdios 

O começo do que se hoje conhece como Quinta da Boa Vista se deu durante os séculos XVI e XVII, com algumas fazendas pertencentes aos jesuítas que aqui se instalaram. Entretanto, no século XVIII, a Ordem de religiosos acabou sendo expulsa do território e a propriedade passou a ter alguns donos. No ano de 1808, sob o domínio do comerciante português Elias Lopes, foi erguido um casarão ao longo de um pequeno morro, que dava uma visão panorâmica da baía de Guanabara. Por conta disto, o local passou a ser chamado de Quinta da Boa Vista.

Morada da Família Real Portuguesa

Ao chegarem ao Rio de Janeiro, Dom João e sua família não tinham uma instalação apropriada onde pudessem residir. Ciente deste fato, o dono da Quinta, Elias Lopes, repassou seus domínios para o Príncipe-Regente, o qual, por sua vez, criou ali a residência real. Como recompensa pelo favor oferecido, Elias recebeu uma nova porção de terra por parte da realeza.

O parque e o casarão, porém, precisavam passar por certas obras, mesmo com todo o conforto e ambiente agradável que tinham. Foi neste contexto que o Paço foi reformado, contando com a colocação de um grande portão em sua entrada e a pedido do então Príncipe D. Pedro, quando de sua época de casado com Maria Leopoldina. O portão foi um presente do general Duque de Northumberland e hoje, tombado pelo  IPHAN, serve de entrada para o Jardim Zoológico.

Habitação do Império

Com a independência do Brasil, D. Pedro I decidiu fazer novas obras no Paço Imperial. Antes, com apenas um torreão no lado Norte da fachada principal, o espaço ganhou outro torreão no lado Sul, além de uma terceira construção acima dos dois já existentes. Com o casamento de D. Pedro com D. Leopoldina, o palácio da Quinta da Boa Vista passou a ser a casa dos dois, onde nasceram Maria II, futura rainha de Portugal e seu irmão, D. Pedro II, que seria mais tarde imperador do Brasil. Também morou ali a Marquesa de Santos, que teve com D. Pedro I muitos filhos.

Seguindo as tendências do pai, D. Pedro II reformou também o local onde morava. Um de seus principais alvos foram os jardins, que passaram por obras de embelezamento, em 1869. Ganharam destaque a Alameda das Sapucaias e uma gruta artificial onde se pode hoje, respectivamente, andar de pedalinhos e fazer canoagem a remo.

A Quinta da Boa Vista ainda pôde presenciar o nascimento da Princesa Isabel, filha de D. Pedro II com D. Teresa Cristina.

República Velha

O parque deixou sua marca histórica logo nos primeiros anos de República: foi palco das atividades referentes ao planejamento da Constituição Brasileira de 1891, sediando a Assembléia Nacional. Um ano depois, no comando do diretor do Museu Nacional, Ladislau Neto, a instituição saiu do Campo de Santana para abrigar-se no palácio da Quinta.

No espaço de tempo entre 1892 e 1909 os jardins passaram por um processo de abandono. Sua infra-estrutura só foi melhorada na presidência de Nilo Peçanha, que ordenou que o local fosse restaurado e devidamente protegido. Se o cuidado com os jardins foram aumentados, com o palácio não ocorreu o mesmo: Com a Proclamação da República, a obra teve suas características originais modificadas, destruídas e até mesmo vendidas.

A atual Quinta da Boa Vista

Hoje em dia, o parque, além de servir de espaço público, abriga o Jardim Zoológico, o Museu da Fauna e o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, que é administrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. O prédio principal (palácio) passa por novas reformulações, depois de ter sido abandonado durante algumas décadas. Alguns ornamentos originais da fachada estão sendo restaurados, bem como o telhado e as construções laterais.

Infelizmente alguns itens do jardim estão sendo perdidos por conta de inúmeras intervenções da prefeitura do Rio de Janeiro, que começou a plantar espécies de árvores nos gramados, sem que houvesse antes um estudo planejado e um cuidado maior com a paisagem histórica da região, descaracterizando assim o parque.

O que fazer na Quinta da Boa Vista ?

Devido ao seu enorme espaço e suas muitas atrações, para se tomar conhecimento de todo o parque é necessário cerca de um dia inteiro de visitação, passando pelo Jardim Zoológico e o Museu Nacional. Outra opção é o uso dos pedalinhos, que se encontram ao longo do lago.

As atividades de pedalada e caminhada são boas para quem gosta de se exercitar e quer, ao mesmo tempo, conhecer melhor a localidade. Para os visitantes que gostam de passar por todas as atrações do parque, recomendamos as pontes, cascatas, lagos, o Templo de Apolo, o busto de Glaziou, as estátuas em bronze de D. Pedro II e da Imperatriz Leopoldina, o mirante e a diversidade na fauna e na flora.

Onde se alimentar ?

- Restaurante Quinta da Boa Vista: fica dentro do parque e em frente ao Jardim Zoológico;

- Barraquinhas: nos domingos e feriados são montadas barracas de lanches, geralmente com cachorros-quentes. Também são vendidos picolés e bebidas;

- Piqueniques: São indicados para quem deseja passar o dia inteiro no parque ou levar a família para um maior momento de lazer. Os espaços verdes e livres são muitos.

Proximidades

- Maracanã;

- Feira de São Cristóvão

Localização e como chegar

A quinta da Boa Vista fica na Avenida Pedro II, s/n, no bairro de São Cristóvão. O acesso ao local pode ser feito através do metrô, descendo na estação de São Cristóvão e caminhando até um dos portões de entrada; vindos da Zona Sul, os ônibus 463 e 462 tem ponto final próximo ao parque; vindo da Zona Norte e Oeste, o ônibus 371 tem uma parada perto da Quinta.