quinta-feira, 19 de julho de 2012

Cultura e Lazer: Biblioteca Nacional do Brasil


Por William de Assis

Trazida pela Família Real Portuguesa em 1810 e considerada como uma das sete maiores bibliotecas do mundo, a Biblioteca Nacional crava no coração do Rio de Janeiro a marca da história do Brasil e de Portugal. Com seu acervo estimado hoje em mais de oito milhões de peças, o local é um elo entre o passado colonial e o presente democrático da nossa nação, comtemplando tudo o que demais importante ocorreu durante este intervalo. Acompanhe conosco um pouco mais sobre este belo ponto cultural do nosso estado.


A Biblioteca Nacional, que também recebe o nome de Biblioteca Nacional do Brasil e Fundação Biblioteca Nacional, é a instituição brasileira mantenedora de todo o patrimônio bibliográfico e documental da nossa nação. É nela que se ambienta a sede do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, criado no ano de 1992. Por conta da vinda da corte portuguesa para o Brasil no início do século XIX, o monumento ficou conhecido por algum tempo como Real Biblioteca e Biblioteca Imperial e Pública da Corte.

A fundação da Biblioteca tem suas raízes ainda em Portugal, na cidade de Lisboa. O motivo principal para o transporte do acervo até o Rio de Janeiro residia no fato da invasão das tropas francesas em solo lusitano, quando da investida de Napoleão para dominar o território dos patrícios. Antes disto, porém, no longínquo ano de 1755, a capital portuguesa havia sofrido um violento terremoto, que por sua vez foi a causa de um incêndio que atingiu a então chamada Real Livraria, muito importante no cenário europeu na época.

Reconstruindo a Biblioteca: seu nome agora passava a ser Real Biblioteca da Ajuda. 1810 marca a transição do monumento para o Rio de Janeiro.

Dom José I de Portugal tinha agora a missão de reestruturar Lisboa. A difícil tarefa de levantar uma cidade inteira devastada por uma catástrofe natural não era fácil, e mais do que isso, recuperar toda a cultura de um povo parecia inimaginável naquele momento. Para manter viva a memória de sua pátria, o então rei contou com a ajuda do ministro Marquês de Pombal, que organizou no Palácio da Ajuda um novo local para guardar os livros, manuscritos, mapas, gravuras, moedas e tantos outros objetos históricos.

Fugindo da ira de Napoleão, que destruía tudo o que encontrava em sua frente no país português, a Real Corte de Portugal começou a fazer a transferência das obras da então Biblioteca da Ajuda para o Rio de Janeiro, no ano de 1810. O processo se deu em 3 momentos,  com sua conclusão realizada no ano de 1811, quando o acervo foi posto no Hospital Terceira Ordem do Carmo, próximo do Paço Imperial. Não satisfeito com a localidade, que antes servira de cemitério para os religiosos mortos, o príncipe regente ordenou por decreto que fossem feitas novas instalações, pagas pela Real Fazenda, prontas no ano de 1813.

Durante o intervalo de tempo que caracterizou a construção do novo prédio eram possíveis consultas de estudiosos ao acervo, mediante a autorização prévia da Corte. Em 1814, com o prédio pronto e com os livros e demais objetos devidamente organizados, a consulta foi aberta ao grande público. Ao longo dos seguintes anos a Biblioteca foi recebendo mais exemplares, conseguidos por compra, doações e as curiosas chamadas ''propinas'', que consistiam em receber um exemplar de toda publicação feita em Portugal.

Aquisição da Biblioteca pelo Império Brasileiro

Em 1816 começava o reinado de Dom João VI, que teve duração até 1821. Neste ano, envolvido em contextos nada favoráveis politicamente, o então rei retornou com sua família para Portugal, deixando aqui Dom Pedro, que mais tarde se tornaria imperador do Brasil. Ficou em terras brasileiras também todo o inventário da Biblioteca Nacional, que passou a ser patrimônio do Brasil depois da Independência, em 1822, quando comprada e constatada no Tratado de Amizade firmado pelos dois países. Foi aqui que ela ganhou o nome de Biblioteca Imperial e Pública da Corte.

Sedes no decorrer da história

O ano de 1858 marcou a ida da Biblioteca para a Rua do Passeio, na Lapa, onde hoje é a Escola de Música da UFRJ. Com o constante acréscimo de exemplares e a maior demanda de público, a antiga sede já não suportava mais o fluxo de visitações e obras, tendo que migrar para um espaço que fosse maior e mais cômodo.

Mais uma vez a Biblioteca teria que ganhar novos ares por conta de seu crescimento. A intenção agora era não mais fazer com que todas as obras tivessem que mudar de endereço de tempos em tempos. A atual sede começou a ganhar contornos no ano de 1905, sendo finalizada em 1910.

O estilo da nova Biblioteca apresenta traços ecléticos misturados com inspirações neoclássicas e detalhes da art noveuau, projeto elaborado pelo engenheiro Souza Aguiar. O prédio foi erguido na Avenida Rio Branco, na Cinelândia, Centro do Rio de Janeiro, vizinho ao Museu Nacional de Belas Artes e ao Teatro Municipal. Foi a última mudança de sede.

Biblioteca nas últimas décadas

A Biblioteca Nacional passou a ser fundação de direito público no ano de 1990, vinculada ao Ministério da Cultura e tomando o lugar do Instituto Nacional do Livro, que teve suas atividades encerradas naquele ano. Essa reforma administrativa fez com que diversos orgãos fossem inseridos na gestão da Biblioteca, entre eles  o Escritório de Direitos Autorais (EDA), o Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, além da coordenação de alguns planos, tais como: Programa Nacional de Incentivo à Leitura (PROLER) e o Plano Nacional de Obras Raras (PLANOR).

A Biblioteca também é responsável pela divulgação de obras brasileiras no exterior, por meio de feiras internacionais e programas de incentivo à tradução de livros brasileiros por pessoas de outros países.


Conta a Biblioteca com outros dois espaços:

- A Biblioteca Demonstrativa de Brasília (BDB);

- Biblioteca Euclides da Cunha (BEC), voltada para o público infanto-juvenil.

Curiosidade

No período de 1922 à 1926 a Biblioteca Nacional abrigou em seu interior a Câmara dos Deputados do Brasil, quando Rio de Janeiro ainda era a capital da República.


Esperamos que nossos leitores tenham gostado de mais esta dica de cultura e informação à respeito de um dos monumentos mais especiais que compõem a Cidade Maravilhosa. 

A Work Out dá um até mais. 

















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