quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Um pouco de História: Palácio do Catete

Por William de Assis

O Palácio do Catete, situado em bairro de mesmo nome, abriga em si grandes momentos da história política brasileira. Hoje consolidado como Museu da República, no passado foi palco de notórios acontecimentos do nosso país. Confira um pouco mais deste belo monumento carioca aqui no blog da Work Out



Onde se fez e perpetuou-se a história do Brasil. Esta é a definição que podemos dar para um dos mais clássicos e importantes palácios construídos desde a metade do século XIX até os dias de hoje. Sede do poder executivo brasileiro entre os anos de 1897 à 1960, o Palácio do Catete, também chamado de Palácio da República, encerra em seu interior várias passagens sobre nossa política, entre elas a mais conhecida pelo público: o suicídio do estadista Getúlio Vargas.

Com a transferência da capital federal para Brasília, no ano de 1960, o edifício passou a se responsabilizar pelo grande acervo histórico-cultural pertencente ao nosso país, virando Museu e tendo em suas dependências alguns outros órgãos e serviços de atendimento e lazer ao público, como salas de cinema e a Biblioteca da República. Algumas das mais importantes atrações do espaço são sem dúvida o quarto onde Getúlio pôs fim à própria vida, bem como a sala onde dirigiu a última reunião com seus ministros.

História

A construção do Palácio começou por conta da vontade do Barão de Nova Friburgo, Antonio Clemente Pinto, em ter uma residência próxima ao litoral carioca. O prédio, um dos mais luxuosos do período que compreendeu o segundo reinado e o reinado de Pedro II, foi erguido no ano de 1866, quando da demolição da antiga casa sediada no número 150 do tradicional bairro do Catete. Era chamado também de Palacete do Largo do Valdetaro e Palácio de Nova Friburgo.



Com a morte do Barão e de sua esposa, o filho de ambos, o Conde de São Clemente (Antonio Clemente Pinto Filho), decidiu por vender a habitação para um grupo de empresários, que ambicionavam transformar o local em um hotel de reconhecimento internacional. O sucesso desta empreitada não ocorreu, muito devido ao fato da grave crise econômica que assolava o país - o encilhamento -, ocasionando a falência do grupo e mais uma venda, desta vez para o conselheiro Francisco de Paula. Este, por sua vez, usou os títulos que tinha sobre o Palácio para quitar suas dívidas com o então Banco da República do Brasil.

No ano de 1897, o presidente em exercício, Manuel Vitorino, fez com que o Palácio fosse comprado pela Fazenda do Brasil, instalando a sede do governo brasileiro, que deixava o Palácio do Itamaraty para ganhar novos ares. O Poder Executivo ali ficou de 1897 até o ano de 1960, quando a capital do Brasil saiu do Rio de Janeiro para Brasília.

Alguns eventos de grande repercussão ocorreram na residência oficial dos presidentes brasileiros à época. Engana-se quem acha que Getúlio Vargas foi o único presidente a falecer no local: em 1909 Afonso Pena morreu nos aposentos do prédio. Foi no palácio também que o Brasil assinou a declaração de guerra contra a Alemanha, quando da Primeira Guerra Mundial, em 1917, e a declaração contra o Eixo, na Segunda Guerra Mundial, em 1942. A visita do cardeal Pacelli, futuro papa Pio XII, foi uma das importantes presenças que por lá passaram, ocorrida no ano de 1934. Entretanto, o que mais chama a atenção em todos estes anos foi sem dúvida o suicídio de Getúlio Vargas, no terceiro andar do edifício. Até hoje o Palácio se mantém como ficou deixado pelo seu último habitante.

Ao todo passaram pelo Palácio 16 presidentes da República. Juscelino Kubstichek ainda ocupou o local, apenas para funções administrativas, até que se deu por completa a construção da nova capital federal, Brasília. Como forma de preservar e divulgar a memória republicana brasileira, JK optou por transformar o Palácio em Museu.

Quarto onde Getúlio Vargas suicidou-se


Detalhes da construção e opções de lazer

O prédio é um dos exemplares que constituem a arquitetura neoclássica brasileira, tendo em seu interior um belo jardim, que cerca um lago, uma gruta e um coreto. Quando do plano original, o edifício continha em seu   lugar mais alto algumas águias fundidas em ferro, que mais tarde foram substituídas por estátuas de musas, que entre outros representações, tinham como motivos as quatro estações e a Justiça. Na primeira década do século passado foram postas novas águias, desta vez ornadas em bronze; já as antigas foram transformadas em bancos para o jardim.

Com um ambiente propício para os amantes de História, o Palácio da República é muito mais do que a preservação do passado. No local onde se encontra, vale lembrar que existem diversas e ótimas dicas de lazer. 

Para quem gosta de se interar mais sobre o que aconteceu nos anos em que o Palácio foi a residência oficial dos presidentes do Brasil, existe o Centro de Referência da História Republicana Brasileira, uma biblioteca que tem em seu acervo mais de dez mil obras, referentes as Ciências Sociais e História do Brasil. Contêm obras raras, vídeos, cd´s, títulos periódicos e até pinturas. Doações pessoais, como a Coleção de Pereira Passos, a Coleção da Igreja Positivista do Brasil, a Coleção de Getúlio Vargas e a Coleção Memória da Constituinte também fazem parte da biblioteca.



O Palácio oferece, além do museu e da biblioteca, uma gama enorme de atrações culturais. Aos finais-de-semana são realizadas exposições e concertos, além de cursos e oficinas sobre os mais variados temas. Existe ainda uma livraria, um teatro, cinema, bar-café e um restaurante, para que o público possa apreciar de muitas maneiras o que de melhor o local pode apresentar. Fora isso, o ambiente dos jardins é bastante convidativo e reserva bons momentos de descanso para quem curte um passeio, uma leitura ou quem gosta de levar a família inteira para um passeio. As crianças tem diversão garantida na biblioteca infantil que se encontra no coreto, bem como os brinquedos que ficam no final da localidade.



Como chegar e informações úteis

O Palácio da República fica na Rua do Catete, número 153, bairro do Catete. O melhor modo de acessar o prédio é pelo metrô, que tem uma estação e uma saída de frente para o Palácio.

Para obter mais informações o telefone disponibilizado é o (021) 2558-6390. O horário de funcionamento do Palácio fica divido da seguinte maneira: Terças, das 12h às 17h; Quartas, das 14h às 17h; Quintas e sextas, das 12h às 17h e Sábados e Domingos das 14h às 18h. A entrada custa R$ 6, sendo que maiores de 65 anos pagam a metade deste valor e crianças menores de 10 anos tem entrada livre. O espaço em si, que consiste no acesso aos jardins é gratuito ao público e aberto de segunda a segunda, em horário comercial.

Sites: www.republicaonline.or.br e www.museudarepublica.org.br

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