segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Negociando as dívidas de uma empresa

Por William de Assis

Nem só de ganhos e lucros vive uma empresa. Saber lidar com os prejuízos é imprescindível para manter a saúde financeira de um empreendimento. Confira aqui no nosso blog algumas dicas para solucionar suas dívidas, problema que, se não tratado com a devida atenção, pode pôr fim à um negócio.

Gerenciar uma empresa é um sonho de uma boa parcela da população. Realizar este sonho do negócio próprio, no entanto, pode se tornar um pesadelo, se não houver organização e estrutura adequadas para o bom andamento financeiro da iniciativa. E é justamente a questão financeira que faz com que muitas empresas percam seu espaço no mercado. Um dos motivos causadores deste insucesso reside na aquisição de muitas dívidas que, ao não serem equacionadas, podem levar o projeto à falência.

Muitas das vezes a perda de capital e o acúmulo de contas à pagar partem da operacionalidade, de como o dinheiro está sendo investido em alguma operação ou serviço. Se assim for, as causas precisam ser identificadas -causas como custos elevados, desperdício de material, aumento de despesas que podem ser evitadas, queda no volume de vendas, etc... - e, após levantadas, serem colocadas dentro de um plano de pagamento, baseado sempre na geração de lucro líquido das atividades empresariais.

O responsável por toda a engenharia por trás das dívidas que devem ser negociadas é o gestor financeiro (contador). É ele que tem a atribuição de saber sobre os processos ocorridos dentro da empresa e que levaram a mesma a contrair o ônus, além de criar meios para que seja possível adquirir recursos para o pagamento destas pendências. A natureza das contas podem ser diferentes, o que exigirá diferentes formas de ação e alguns princípios por parte do gestor financeiro , que citamos abaixo:

Relevância: Alguns credores tem fundamental participação dentro da empresa, como por exemplo o fornecedor de matéria-prima ou de algum serviço essencial. Estes devem ter prioridade quando forem renegociadas as dívidas, bem como aqueles que tem um maior volume de pagamentos a serem recebidos;

Comunicação: Informar para os credores a situação da empresa e o interesse da mesma na procura pela solução dos problemas se faz de grande importância;

Transparência: Mostrar para os credores quais serão os modos utilizados para sanar as dívidas, dentro daquilo que a empresa é capaz de cumprir;

Credibilidade: Demonstrar para os credores que as dívidas serão honradas e que os novos compromissos assumidos não serão deixados de lado;

Antecipação: Caso ocorra algum imprevisto com o cumprimento das novas negociações, a empresa deve avisar com antecedência os seus credores, buscando uma nova solução se for preciso.

Todos estes apontamentos são primordiais e devem ser seguidos à risca, mas ainda existem outras dicas que , se bem seguidas, podem devolver a tranquilidade financeira para a empresa que se encontra com dificuldades. Vamos à elas:

Planejamento: É a primeira coisa a ser feita. Deve ser elaborado um estudo com as metas de faturamento e indicadores que possam acompanhar e servirem de análise para os resultados. É com o planejamento que vai ser percebido se a empresa está tomando as decisões corretas. Toda a folha de pagamento deve entrar nesse quesito e, ao fazer um elo entre ela e o faturamento, ver qual a real chance de serem renegociadas as dívidas;

Investimento: Não é recomendado deixar de investir na empresa para pagar as dívidas, isto é, descapitalizá-la para resolver problemas. Os lucros - e, por consequência, a verba para pagamentos - vem todos da força de investimentos naquilo que é o cargo-chefe do empreendimento, ou seja, não fomentar o fluxo de caixa e substituir a solução de um entrave pode fazer com que seu negócio tenha um fim, dando surgimento a complicações muito maiores;

Conhecimento das dívidas: A empresa jamais deve pagar mais do que deve. O cálculo do valor real da dívida não deve ser feito somente pelo credor. Muitos deles se aproveitam do desconhecimento que as pessoas tem sobre as leis que regulam o mercado e passam a pedir valores muito altos, muito mais do que o que é devido;

Pagamentos à vista: Se puderem ser pagas as dívidas à vista, negocie a redução da mesma ou algum desconto, é hora de conseguir diminuir os prejuízos. Caso não possa pagar ou não queira, não aceite a imposição deste modo por parte dos credores. Os parcelamentos, caso sejam aceitos por ambas as partes, devem ser negociados sempre com juros justos (1%), mais do que isso pode ser considerado abusivo;

Pagamentos em cheque: É comum entre os credores a prática de aumento de custos sobre um cheque protestado. A lei é clara a este respeito e diz que os custos com advogados e com protestos são todos pertencentes ao credor, então não aceite que estas contas sejam repassadas para sua empresa. Como dito acima, nenhum valor acima de 1% pode ser acrescido à dívida;

Atenção com os novos compromissos firmados: Uma vez que sua empresa tenha se prontificado a honrar novos acordos, faça de tudo para mantê-los. Caso já tenha pago a primeira parcela da dívida renegociada, é esta que estará valendo, sendo extinta a primeira, e se porventura você não conseguir pagar as outras parcelas, a empresa será novamente incluída em órgãos de proteção e restrição ao crédito. Tome cuidado com este detalhe: uma nova dívida pode surgir, com maiores despesas. Não negocie se não puder pagar.

O importante é sempre ter em mente todas as despesas que sua empresa deve pagar e, ciente disso, abrir as negociações, sempre com o valor real. Juros acima de 1% são considerados usura (crime por taxa excessiva de juros, muito além da legal). Apesar de toda a complicação que gira em torno de dívidas, a lei também protege a empresa devedora. Custos adicionais são todos do credor, como dito no texto (com advogados por exemplo).

Nós, da Work Out Eventos, esperamos que estas dicas tenham sido de bom auxílio para você que se encontra no panorama aqui descrito. Lembrem-se sempre: não é preciso desespero, medidas sem racionalidade e afobação para se livrar de prejuízos. O credor, assim como a empresa, quer a melhor solução e se dará por satisfeito se houver um planejamento e um compromisso em segui-lo à risca.

Até a próxima postagem!


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